Lente e o custo real: guia rápido para precificação certa no laboratório óptico

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Lente é, inegavelmente, o coração do negócio de qualquer laboratório óptico, mas por trás desse produto final de alta precisão reside um desafio de gestão que pode definir o sucesso ou o fracasso financeiro: o custo real.

Muitos gestores de laboratórios ópticos, de pequenos a grandes, ainda cometem o erro fundamental de misturar o custo do material com a despesa operacional. O cálculo impreciso do custo de uma lente leva a preços de venda que corroem a margem ou, inversamente, a preços altos demais que espantam os parceiros comerciais.

Entender a jornada de custos de cada uma é o primeiro passo para uma precificação estratégica e para a saúde financeira do seu laboratório. Cada lente produzida carrega consigo um conjunto de custos que precisa ser meticulosamente rastreado para que a gestão seja eficiente.

Desvendando a estrutura de custos da lente

Para precificar de forma correta e estratégica, o gestor do laboratório óptico precisa enxergar o processo de produção em duas grandes categorias financeiras que jamais devem se misturar na planilha de custos do produto: Material Direto (Custo Direto) e Despesa Operacional (Custo Indireto).

Material direto

O Material Direto é o custo que pode ser rastreado de forma clara e direta para a produção de uma única lente. É a matéria-prima que compõe o produto final.

  • Prima essencial: O custo do bloco (blank) da lente, que é a base para a produção.
  • Tratamentos e consumíveis: O valor dos coatings (antirreflexo, proteção UV, etc.) e o consumo exato de polidores, ceras e outros químicos aplicados diretamente naquele pedido.
  • Embalagem individual: O custo da embalagem final e do certificado que acompanha aquela lente específica.

A precisão neste ponto depende de uma rastreabilidade excelente. Se o sistema não for capaz de “consumir” o bloco exato e os coatings utilizados em cada Ordem de Serviço (O.S.), o custo do material direto será apenas uma média, levando a erros.

Despesa operacional (custos indiretos e a “conta do aluguel”)

A Despesa Operacional – ou Custo Indireto de Fabricação (CIF) – é onde a maioria dos laboratórios ópticos falha. São todos os custos necessários para manter a produção funcionando, mas que não podem ser diretamente atribuídos a uma única peça.

  • Mão de obra indireta: Salários da equipe de supervisão, gerência, qualidade e manutenção.
  • Depreciação de equipamentos: O custo de uso das máquinas de surfacing, polishing e coating. Uma máquina de R$ 500.000,00, por exemplo, tem seu custo diluído por todas as lentes que ela produz em sua vida útil.
  • Infraestrutura: Aluguel, contas de energia elétrica (um item pesado na produção), água, internet e seguros.
  • Custos de perda (refugo): O valor das lentes perdidas (refugadas) na produção deve ser considerado um custo operacional, pois ele afeta a eficiência geral do laboratório.

Em um artigo publicado no site da Abióptica (Associação Brasileira da Indústria Óptica), o especialista Thiago Benador ressalta a importância de entender a diferença entre custos fixos e variáveis para a saúde financeira do negócio.

Ele exemplifica que, ao calcular a margem bruta de uma venda, é fundamental considerar o CMV (Custo Médio da Mercadoria Vendida) do produto, que inclui o custo da lente, e deduzir impostos e comissões.

“É fundamental controlar essas operações regularmente. Caso utilize um ERP, ele pode automatizar parte desse controle, facilitando sua gestão”, afirma o especialista, validando a necessidade de um sistema robusto para o controle preciso do custo da lente e da margem de lucro.

O erro fatal: rateio incorreto de custos indiretos

O grande desafio é ratear o custo operacional total (ex: R$ 100.000,00 por mês) pela quantidade total de lentes produzidas no período.

A fórmula simplificada é:

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Se o laboratório produziu R$ 20.000 em um mês, o custo unitário operacional (CIF) é de R$ 5,00 por lente.

O risco: E se a produção cair para R$ 10.000 lentes no mês seguinte? O CIF unitário sobe para R$ 10,00. Se o gestor não atualizar imediatamente sua precificação, ele estará vendendo a lente com uma margem menor do que a planejada. É por isso que a precificação precisa ser dinâmica e baseada em dados em tempo real.

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Garantindo a margem: a diferença entre preço e valor

Uma vez que você tem o Custo Total da Lente (Material direto + Custo operacional), você pode adicionar a margem de lucro desejada e os impostos incidentes para chegar ao preço final de venda (PDV).

Precificação estratégica:

  • Custo total da lente: A base. Se a base estiver errada, todo o resto estará errado.
  • Impostos: Calcule o PIS, COFINS, ICMS e IPI corretamente sobre a lente.
  • Margem de lucro desejada: O percentual que o laboratório precisa obter.
  • Despesas de venda: Comissões, fretes e descontos aplicados.

A precificação correta não se trata apenas de cobrir custos, mas de garantir competitividade.

Conforme destaca um artigo sobre precificação de óticas no portal Opticanet, “a formação do preço de venda é um processo estratégico que deve considerar fatores como custos operacionais, concorrência e valor percebido pelo cliente, garantindo o equilíbrio entre demanda e lucratividade”.

Para os laboratórios ópticos, o controle desses custos e a eficiência operacional são cruciais. Além disso, a gestão do estoque de lente também é determinante para a redução de custos e otimização do capital de giro, pois um giro eficiente evita perdas com produtos obsoletos.

O papel da tecnologia na governança de custos

Em um laboratório óptico moderno, fazer este cálculo de forma manual é inviável e propenso a erros. O controle preciso dos custos da lente exige integração. É aqui que um Sistema ERP para Laboratórios Ópticos se torna indispensável.

Um ERP robusto deve:

  • Rastrear o consumo (Material Direto): Registrar automaticamente o consumo exato de blocos e insumos por O.S.
  • Ratear o CIF (Despesa Operacional): Receber as despesas fixas e variáveis e rateá-las pela produção do mês, atualizando o custo da lente em tempo real.
  • Integrar módulos: Conectar a produção (custo) com o financeiro (despesas) e com a venda (preço final).

Sem essa infraestrutura de gestão, o laboratório está simplesmente “chutando” o preço, o que em um mercado de alta concorrência com produtos complexos como a lente freeform, é uma receita para prejuízo.

Calcular o custo real da lente é mais do que uma tarefa contábil, é uma decisão estratégica que garante a sustentabilidade e a expansão do seu laboratório óptico. Se o seu laboratório ainda calcula o preço da lente com base em planilhas ou estimativas, você está perdendo dinheiro.

O ERP VolpeLab, a solução ideal para a gestão de laboratórios e distribuidoras, oferece o módulo de Custos que você precisa. Ele não apenas permite a apuração do CUSTO REAL (custo médio mensal) e CUSTO GERENCIAL, mas também integra o controle sobre o patrimônio estocado, calculando as entradas e saídas de produtos.

Com o VolpeLab, a separação entre Material Direto e Despesa Operacional é automatizada e precisa, dando a você o controle para definir preços competitivos e maximizar sua margem de lucro em cada lente produzida.

Pare de adivinhar o custo da sua lente. Conheça o ERP VolpeLab e transforme a gestão financeira do seu laboratório óptico em uma máquina de lucros controlada.

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